Upcycling é um termo bastante conhecido pelos nativos da língua inglesa por se referir às customizações de roupas que não são mais usadas ou até de objetos em desuso, visando dar um novo visual e uma nova utilidade a eles. Mas o que isso tem a ver com comida? É exatamente a mesma aplicação: reutilizar alimentos sem utilidade, ou seja, as sobras e descartes, em novos alimentos ou na composição de alimentos já existentes.
O termo Upcycled Food, que aborda um assunto recente e inovador na tecnologia e ciência de alimentos, traz como principal objetivo a redução de resíduos alimentícios, que hoje é de uma taxa de aproximadamente 40% dos alimentos produzidos. É importante ressaltar esta questão, pois ter acesso à uma alimentação segura e de qualidade é um direito humano e atualmente, no Brasil, aproximadamente 43,1 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar, correspondendo à uma parcela de 20,6% da população do país.
Outras questões importantes que se tratam dos resíduos, são os perigos que grandes quantidades de lixo mal gerenciado podem trazer à saúde humana, como doenças infecciosas e a emissão de 70 bilhões de toneladas de gases do Efeito Estufa, os principais responsáveis pelo Aquecimento Global. Além disso, os custos da economia global com desperdício e perdas de alimentos são de mais 940 bilhões de dólares por ano, segundo dados da Upcycled Foods Association.
O funcionamento dessa nova tecnologia visa basicamente utilizar resíduos e fazer a reinserção destes em uma cadeia produtiva de alimentos, como por exemplo a utilização do bagaço de extração de óleo de girassol em uma formulação de pães ou bolos, junto aos outros ingredientes destes produtos. Apesar de ser uma tecnologia recente, já existem muitos estudos sobre quais são os benefícios de suas aplicações.
E já são muitos: Para os produtores, com a utilização de uma maior fração de suas produções, o custo-benefício do trabalho se eleva; para quem comercializa, podem ser feitos mais produtos com as mesmas matérias primas; para quem consome, além estar reutilizando parte de uma matéria prima que seria descartada, os alimentos produzidos com estes “resíduos” podem ter maior valor nutricional de fibras, gorduras, proteínas e inclusive de compostos bioativos, dependendo de qual é sua fonte e qual foi o processamento para obtenção desse novo produto.
Apesar de recente, essa nova tecnologia de mercado está em crescimento e já desperta o interesse de uma grande parcela da população em conhecer e consumir mais Upcycled Foods, que em breve vão chegar no mercado com toda a importância nutricional, saudável e sustentável que um alimento pode ter.
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